1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir; 2 para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. 4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. 8 Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. 9 E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. (Deuteronômio 6:1-9 [ARA])
Introdução
Nesta passagem das Escrituras temos um aprofundamento da primeira parte do Decálogo, ou seja, dos quatro primeiros mandamentos relacionados à pessoa de Deus (cf. Ex 20.1-4; Dt 5.5-10). Aqui podemos perceber o âmago e a essência da lei de Deus. Israel é exortado a cumprir e guardar as ordens de Deus, bem como reverenciá-lo. Esse ensinamento deveria seguir para as próximas gerações e asseguraria a vida e a prosperidade do povo. Notaremos, portanto, nesta breve exposição, essas questões de forma mais detalhada.
Nesta passagem das Escrituras temos um aprofundamento da primeira parte do Decálogo, ou seja, dos quatro primeiros mandamentos relacionados à pessoa de Deus (cf. Ex 20.1-4; Dt 5.5-10). Aqui podemos perceber o âmago e a essência da lei de Deus. Israel é exortado a cumprir e guardar as ordens de Deus, bem como reverenciá-lo. Esse ensinamento deveria seguir para as próximas gerações e asseguraria a vida e a prosperidade do povo. Notaremos, portanto, nesta breve exposição, essas questões de forma mais detalhada.
1 – Uma lei para um povo (vv. 1-3)
O povo hebreu recebe as instruções de Deus, por meio de Moisés, para que fossem praticadas na terra que Ele havia prometido. Seguindo a percepção de Thompson, a versão NVI traz uma melhor tradução para a palavra mitsvá (traduzida por mandamentos pela ARA, v. 1)* . Não se trata de um termo plural, mas singular, ou seja, lei, conforme traduz a NVI. A ideia é que Deus deu apenas uma lei para o seu povo, constituída de decretos e ordenanças gerais, mas que visam um único propósito: temer ao Senhor (v. 2).
O povo hebreu recebe as instruções de Deus, por meio de Moisés, para que fossem praticadas na terra que Ele havia prometido. Seguindo a percepção de Thompson, a versão NVI traz uma melhor tradução para a palavra mitsvá (traduzida por mandamentos pela ARA, v. 1)* . Não se trata de um termo plural, mas singular, ou seja, lei, conforme traduz a NVI. A ideia é que Deus deu apenas uma lei para o seu povo, constituída de decretos e ordenanças gerais, mas que visam um único propósito: temer ao Senhor (v. 2).
O termo temer (v. 2) traz a ideia de medo, receio ou temor reverente. Há ocasiões em que Deus diz para os seus servos não temerem (cf. Gn 26.24). O que significa, portanto, temer ao Senhor? É uma atitude de reconhecimento do poder e status da pessoa reverenciada. Deus deu a Sua lei para que o Israel seguisse os seus preceitos em temor, isto é, para que fizessem a Sua vontade e não se desviasse dEle. O contínuo reconhecimento de quem Deus é nos impede de seguir o caminho errado.
O ato de Deus dar as Suas leis para o povo hebreu era uma demonstração de particularidade entre Javé e Israel. “Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!” (Sl 147.20).
A lei de Deus deveria ser ensinada para as próximas gerações (v. 2), desta forma o povo seria abençoado em crescimento e iria usufruir da terra prometida. Para que a vida dos hebreus fosse segura em Deus, necessitariam estar em contato com as suas instruções. É como declarou o salmista sobre o que medita na lei de Deus: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.3, ARA).
O compromisso com a Palavra de Deus – leitura e meditação – nos capacita a reverenciá-lo, e isso nos dará melhores condições para usufruir das promessas de Deus.
2 – O grande mandamento (vv. 4-9)
Esta breve passagem é conhecida pelos judeus durante séculos como o Shemá (“Ouve”, em hebraico), a qual é recitada juntamente com Dt 11. 13-21 e Nm 15.37-41 como oração diária. Com respeito à declaração “o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (v. 4, ARA), há diversas traduções gramaticalmente possíveis, como: “Javé nosso Deus, Javé é um”, “Javé é nosso Deus, Javé é um”, “Javé é nosso Deus, Javé somente”**. Porém, é mais compreensível que se trata de uma declaração da unicidade de Deus. Ou seja, “o Senhor é Deus, o Senhor é único”.
Essa declaração traz algumas implicações para o povo de Deus: 1) A monolatria deveria ser totalmente abandonada, isto é, admitir que existam outros deuses, mas que apenas um deve ser adorado; 2) Deus fala contra o politeísmo, pois somente Ele é Deus e não existe nenhum outro. O Senhor demonstrou isso ao ridicularizar os deuses do panteão egípcio (cf. Ex 12.12; 15.11); e 3) Nada nem ninguém pode tomar o lugar de Deus (Isaías 42.8).
O grande mandamento consiste em amar a Deus “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (v. 5). Quando perguntado sobre qual era o principal mandamento, Jesus citou esse mandamento (Mc 12.29-30; Mt 22.37; Lc10.27). Esse mandamento consiste em uma síntese de todos os mandamentos relacionados à pessoa de Deus. Israel deveria ter um relacionamento íntimo com Deus em amor, não obedecê-lo de maneira legalista, fria, tendo que fazer o dever pelo dever. A motivação do coração deveria ser santa, amando de coração ao Senhor.
Amar de todo o coração, de toda a alma e de toda a força, significa amar a Deus com todo o ser. Deus deve ser amado sem quaisquer reservas. E amar a Deus está relacionado a obedecer aos seus mandamentos.
As palavras de Deus devem estar no coração dos seus servos (v. 6). O indivíduo demonstra que ama a Deus praticando os seus mandamentos. Jesus também ensinou dizendo: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14.21). O amor é uma expressão de lealdade. Como Deus é o único Senhor, somente Ele deve ser amado pelos seus servos.
A disposição para amar a Deus abrange todas as áreas da vida. Envolve tanto obedecer como ensinar para as próximas gerações (vv. 7-9), de maneira que em todas as épocas o Seu nome ficasse gravado, os seus feitos fossem recordados, e a Sua lei seja obedecida. O salmista nos exorta a fazer isso: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez” (Sl 78.3,4).
Conclusão
Não basta apenas alguém dizer que ama a Deus. Isso deve ser perceptível, deve ser notado pela prática da Sua Palavra. O amor para com Deus deve ser maior do que tudo, deve ser total. Somente Ele é Deus e não podemos colocar nada ou ninguém no lugar que pertence apenas a Ele (Is 42.8). A obediência a Sua lei nos ajuda a temê-lo, que por sua vez nos ajuda a vivermos de maneira tranquila diante dEle. Não podemos deixar de falar as Suas verdades aos nossos filhos. Nosso lar deve ser um ambiente em que Deus é o centro.
Notas:
*THOMPSON, 1982, p. 116.
**Ibid, p. 117.

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