terça-feira, 31 de outubro de 2017

Soli Deo Gloria: Somente a Deus a glória

Romanos 11:33-36
33  Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
34  Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
35  Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
36  Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!


No AT Deus fez uma promessa a Abrão. Deus fez com ele uma aliança e prometeu abençoa-lo, dando uma descendência numerosa (fazendo dele uma grande nação incontável), mudou seu nome para Abraão e lhe prometeu uma terra. Seu filho Isaque foi herdeiro de tal promessa. Jacó, seu filho, teve doze filhos. Aqui a promessa feita a Abraão começava a ficar ainda mais clara pois os doze filhos se tornaram um grande povo. No Egito, após Deus usar José para preservar a vida dos seus irmãos, o povo cresce e causa preocupação aos egípcios.

O povo de Israel foi escravizado no Egito, pois o rei tinha medo que os hebreus se rebelassem e tomassem o Egito. Faraó mandou matar os recém nascidos do sexo masculino com o fim de acabar com o crescimento do povo, mas Deus lhes dá o crescimento. Deus concede a este povo a libertação do cativeiro egípcio por meio de Moisés. Este conduz o povo a terra que Deus prometera a Abraão. O povo desobedece a Deus e sofre suas consequências no deserto. O povo chega na terra prometida, usufrui das promessas de Deus, mas ainda em desobediência. Deus o entrega a outros povos (exílios assírio e babilônico).

Deus faz promessas de um Messias que viria para restaurar a nação de Israel. No entanto, a Bíblia diz que Ele veio para eles (os judeus), mas eles não o receberam (Jo 1.11,12). Por que a nação que Deus escolheu o rejeitou? O apóstolo Paulo trata sobre isso nos capítulos 9-11.

Embora Deus tenha escolhido Israel para ser o Seu povo, isso não significa que todos os judeus são salvos. Não é verdade que todo o Israel tem sua salvação garantida só pelo fato de serem descendentes de Abraão. O apóstolo Paulo nos mostra nos primeiros capítulos de Romanos que TODOS, tanto judeus como gentios, são pecadores (3.23).

No cap. 9, Paulo mostra as razões da incredulidade dos judeus, o por que de terem rejeitado a Cristo.
Apesar de Israel ser o povo escolhido por Deus no AT, não significa que todo o Israel (cada israelita) é salvo (3-6). Por que eles rejeitaram a Nova Aliança? Deus não prometeu que eles seriam salvos? Paulo explica que nem todos eles são, de fato, herdeiros de Abraão, mas aqueles que creem nas promessas (judeus e gentios). A salvação nunca foi um direito de nascimento baseado na descendência biológica, mas pela graça soberana de Deus (Deus escolheu Jacó, por exemplo, com base em sua soberana vontade, vv.11-13).

A eleição e rejeição de Deus é justa (v.14-18). Assim como endurece o coração ou usa de misericórdia com quem ele quer (17-18). Os judeus buscavam a salvação por meio da lei, transformaram a salvação num prêmio que pode ser conseguido por meio das obras. Eles rejeitaram a Cristo, com isso. Já os gentios, que não buscavam a salvação, alcançaram apenas por fé (30-33). Paulo mostra que vivemos, desde a morte de Cristo, numa nova dispensação, numa nova era: a era da igreja.

No capítulo 10 temos a oração de Paulo (v.1). Ele ora pela salvação dos judeus pois eles têm zelo por Deus (v.2, como os fariseus tinham). Eles procuravam estabelecer sua própria justiça, isto é, ser justificados pelas obras da lei, à parte de Cristo. A justiça de Deus se alcança por meio da fé somente (9,10) e essa fé vem por meio da pregação (17). Assim, os judeus precisam ser evangelizados como quaisquer outros descrentes.

Israel é indesculpável por rejeitar ao Senhor, mesmo que o endurecimento deles fizesse parte do plano de Deus. Por que são indesculpáveis? A revelação natural testifica de Deus (18,19); Moisés já havia advertido o povo (19); Isaías profetizou sobre a plenitude dos gentios [era da igreja] (20); Israel sempre demonstrou rebeldia (21).

O capítulo 11 nos mostra que, apesar do endurecimento do coração dos judeus, Deus tem um plano futuro para Israel. Paulo utiliza alguns exemplos para mostrar que Deus ainda tem planos para com Israel:

1.       O próprio Paulo (1)
2.       Elias e os sete mil que não se dobraram à Baal (2-6). Deus tem, hoje, um remanescente de Israel que crê nEle e no Messias. [detalhe “a quem de antemão conheceu”,v.2 | a eleição de Deus garante a salvação do remanescente fiel, 8.28,29].
3.       Isaías: O endurecimento fazia parte do plano de Deus (7-8).
4.       Davi falou sobre o endurecimento de Israel (9-10).
A rejeição de Israel fazia parte do plano de Deus, pois, através disso, veio a salvação aos gentios (11). O endurecimento de Israel está servindo ao propósito de Deus.

Paulo utiliza uma ilustração para falar da rejeição de Israel – plenitude dos gentios – restauração de Israel: vv. 17-23: “ramos naturais quebrados” [judeus e sua rejeição] – “ramos de oliveira brava enxertados” [gentios] – “ramos naturais” enxertados de volta [restauração de Israel no futuro, reino milenar].

Deus não rejeitou Israel para sempre, embora seja inimigo do evangelho (27-29). Entretanto, Deus os elegeu e sua decisão é irrevogável (29). Deus dá como certa a salvação do remanescente fiel de Israel.
Assim como nós fomos alvos da misericórdia de Deus, sendo nós desobedientes, Israel receberá misericórdia de Deus mesmo sendo desobedientes (30-32). A salvação sempre foi pela graça, seja para judeus ou para gentios.

Os versos 33-36 nos mostra que Deus deve ser louvado por suas maravilhas, por seus designios, por suas decisões, sua sabedoria, sua soberania.

Por que estou lhes apresentando tanta informação? É isso o que o apóstolo Paulo faz aqui. Ele argumenta que todos são pecadores, que somos salvos por meio da fé; que o crente não tem mais condenação; que nada pode nos separar do amor de Deus; que ele nos salvou por meio da graça soberana. Ao reconhecer que a nossa salvação vem de Deus e não de nós mesmos, que Ele nos garante a salvação e não a perdemos, qual deve ser a nossa reação? Louvar a Deus. Por que? Porque só a Deus deve ser dada toda a glória, tendo em vista que nada, ABSOLUTAMENTE NADA fez com que Ele se importasse conosco, a não ser o Seu amor. Nada, ABSOLUTAMENTE NADA fez com que Ele tomasse Suas decisões eternas em nosso favor. Tudo o que Deus faz é para a sua glória. É dele, por meio dele e para Ele. Deus se importa mais com Sua glória.

Deus salva para a Sua glória, Deus condena para a Sua glória. Nenhuma atuação externa “mexeu” no coração de Deus para que Ele salvasse ou condenasse alguém. Ele nos salva por sua soberania, porque os seus desígnios são absolutamente ricos em sabedoria. Tudo isso é motivo de sobra para reconhecermos que a glória deve ser dada apenas a Deus.

Deus nos criou para a Sua glória (Is 43.6-7; 1Co 10.31). “Deus nos cria para Sua glória, ou seja, para magnificar, revelar e exibir a sua grandeza, e, então, Ele nos diz para vivermos dessa forma, vivermos de modo que a grandeza de Deus seja exibida” (John Piper).


Foi tudo feito por Deus. Tudo foi feito por meio de Deus. Tudo foi feito para Deus. Irmãos, não se trata de mim e de você, mas de Deus. Ele nos criou para Ele. Em tudo devemos glorificá-lo, exaltá-lo. Por isso, tenho que deixar claro que em todas as circunstâncias da vida Deus deve ser considerado. Tudo o que vou fazer Deus tem de vir a minha mente. “Senhor, isso te alegra?” Não estamos vivendo nossa história, mas a história de Deus. Portanto, tudo deve ser para Ele. Amém!

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sola Gratia: O doce som da graça

11 Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens,  12  educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente,  13  aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus,  14  o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tito 2:11-14)


Em torno de 1750, John Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Os navios fariam o primeiro percurso de sua viagem da Inglaterra, quase vazios, até que chegassem na costa africana. Lá os chefes tribais entregariam aos europeus as "cargas" compostas de homens e mulheres, capturados nas invasões e nas guerras entre as tribos. Os compradores selecionariam os espécimes mais finos, e os comprariam em troca de armas, munição, licor, e tecidos. Os cativos seriam trazidos, então, a bordo e preparados para o "transporte". Eram acorrentados abaixo das plataformas para impedir suicídios. Eram colocados de lado a lado, para conservar o espaço, em fileira após a fileira, uma após outra, até que a embarcação estivesse "carregada", normalmente com até 600 "unidades" de carga humana.

Os capitães procuravam fazer uma viagem rápida, esperando preservar ao máximo a sua carga; contudo, a taxa de mortalidade era alta, normalmente 20% ou mais. Quando um surto de disenteria ou qualquer outra doença ocorria, os doentes eram jogados ao mar. Uma vez que chegavam ao Novo Mundo, os negros eram negociados por açúcar e o melaço, para manufaturar o rum, que os navios carregariam à Inglaterra.

John Newton transportou muitas cargas de escravos africanos trazidos à América no século 18. Os escravos não podiam falar, gritar, esbravejar, então eles cantavam apenas com sons sem pronunciar palavra alguma, todos juntos, o ritmo de uma música.

No mar, em uma de suas viagens, o navio enfrentou uma enorme tempestade e afundou. Newton ofereceu sua vida à Cristo, achando que iria morrer. Após ter sobrevivido, ele se converteu e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de sua vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres.

No túmulo de Newton, lê-se: "John Newton, uma vez um infiel e um libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela misericórdia de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muito por destruir."[1]

É isso que a graça do Senhor faz conosco: nos transforma por completo.

Até aqui falamos de três pilares importantes, ou heranças, da Reforma Protestante. Vimos que a Palavra de Deus é suficiente [sola scriptura], que Cristo é a nossa autoridade suprema [solus christus] e que somos justificados pela fé [sola fide]. Hoje falaremos da graça de Deus [sola gratia]. Assim, quero apresentar, a partir de Tt 2.11-14, três verdades acerca da graça de Deus.

Em primeiro lugar, a graça de Deus se manifesta na salvação  (v.11).

Graça é um favor que nos é concedido. É um ato de bondade, misericórdia ou uma bênção recebida. No NT a palavra graça aparece mais como uma dádiva de Deus em nosso favor. A graça é a livre disposição de Deus em favor do homem. É livre porque independe do que os homens possam lhe oferecer (se é que podem). Deus concede graça ao homem de maneira livre, visto que se trata de conceder algo que pertence a Ele. Aparece nas Escrituras como contrastando com a dívida (Rm 4.4 [Abraão], 16; com as obras (Rm 11.6) e com a lei (Jo 1.17).[2]

Aqui no verso 11 nos é dito que essa graça divina "se manifestou salvadora". Em que sentido se manifestou salvadora? A palavra manifestar indica uma aparição clara ou até mesmo visível. Deus manifesta a Sua graça a nós de diversas maneiras: em nossas famílias, em nossas amizades, no trabalho ou estudos, nos sustentando, na saúde, etc. Mas, a graça de Deus se tornou ainda mais clara a nós na salvação. A graça de Deus se tornou visível por meio da cruz de Cristo. A graça divina se manifestou salvadora.

O adjetivo salvadora, no grego, é usado aqui por Paulo para descrever a graça de Deus. É a graça que traz salvação. A graça de Deus que nos salva. A graça de Deus e manifestou trazendo salvação. Algo que é impossível ao homem, mas não para Deus (cf. Mt 19.25,26). É impossível aos homens por causa de sua condição (cf. 1:15).

Acontecimentos recentes nos fazem perceber a que ponto tem chegado a corrupção do homem. Em nome da “arte” coisas abomináveis têm sido apreciadas pelo homem moderno. Chegará um dia em que a pedofilia, por exemplo, não será considerado crime, como já acontece com outras abominações. De certa forma, não é algo que deve nos espantar pois o homem é corrupto em seu coração (Jr 17.9) e só a graça de Deus pode salvá-lo dele mesmo. A graça de Deus é suficiente para quebrantar o coração humano.

Quando o texto diz que a graça “se manifestou salvadora a todos os homens”, isso não significa que Paulo está ensinando o universalismo (que a graça de Deus irá salvar a todos os homens), mas que a salvação pela graça foi manifestada a todos sem distinção, sem acepção de pessoas. Não quer dizer todos sem exceção, indicando cada pessoa do mundo. Isto significa que Deus pode transformar qualquer tipo de pessoa pela sua maravilhosa graça.

Foi por essa graça que eu e você fomos salvos. Ninguém pense que fez por onde. De maneira nenhuma. Se não fosse Deus, com sua graça, ainda estaríamos perdidos sem Cristo e sem vida.

Em segundo lugar, a graça que se manifesta na salvação nos ensina a abandonar o mundanismo (vv. 12-13).

A palavra educar, utilizada aqui em nossa versão (ARA), indica instrução ou ensino (paideia). É daí que vem a palavra pedagogia.  A graça salvadora nos ensina a renegar ou abanonar a impiedade e paixões mundanas. Impiedade diz respeito a todo tipo de perversão e maldade. Ímpio é alguém que desafia e menospreza as leis de Deus. Judas relata que os ímpios andam segundo o seu desejo mau (ímpias paixões).

Por que os descrentes são chamados nas Escrituras de ímpios? Porque não respeitam a Deus nem suas leis e andam segundo suas paixões e desejos maus. São escravos de suas paixões (cf. Ef 2.3). Apenas a graça de Deus pode mudar o curso do ímpio. A graça de Deus também ensina o crente a se distanciar desse tipo de impiedade e das paixões mundanas (os desejos deste mundo caído, v. 12b).

A graça que se manifestou em nossa salvação nos ensina a abandonar o mundanismo e nos conduz a uma nova maneira de viver.

Primeiramente, Paulo declara que a graça de Deus nos ensina a vivermos de maneira sensata. Repare que isso é dito antes para alguns grupos da igreja em que Tito estava pastoreando, em Creta (1.5).  Ao falar sobre os deveres e qualificações dos ministros (presbíteros e bispos), nos é dito que uma das qualificações do pastor é ser sóbrio [sensato] (1.8). A orientação para os homens idosos é para que sejam sensatos (2.2). As mulheres idosas devem instruírem as jovens recém-casadas a serem sensatas (2.5). E agora Paulo diz que a graça de Deus nos ensina a vivermos de maneira sensata (v.12).

Agir com sensatez é viver de modo sóbrio, ter domínio próprio e governar todas as paixões e desejos, nos possibilitando ser conformados à mente de Cristo. A graça salvadora nos educa a reagir contra os nossos impulsos pecaminosos. O crente, alvo dessa graça, deve dominar seus impulsos e desejos do coração que vão contra à glória de Deus.

Perceba que aqui não vale aquela desculpa de que a carne é fraca. Temos que dominar os nossos desejos, pensamentos, impulsos, que nos levam a tropeçar. Tiago nos mostra em sua epístola que cada um é tentado de acordo com sua própria cobiça, quando esta atrai e seduz (Tg 1.14). Corresponder a esse desejo nos leva ao pecado (v.15). O diabo nos tenta em nossas fragilidades. Quais são seus desejos e impulsos pecaminosos mais intensos? Cuidado! A graça nos leva a vivermos de modo sensato.

Em segundo lugar, a graça de Deus nos ensina a vivermos de maneira justa. Viver de maneira justa é viver de acordo com aquilo que é reto. É viver de acordo com a justiça de Deus. O contrário disso é viver de maneira injusta, fora dos padrões de retidão de Deus. Nós não somos mais injustos (3.3). Ao sermos alcançados pela graça, na benignidade (3.4) e misericórdia divinas (3.5), fomos regenerados pelo Espírito para sermos declarados justos (3.7). Nossa justificação pela graça deve nos levar a sermos justos.

Em terceiro lugar, a graça de Deus nos ensina a vivermos de maneira piedosa. Viver de maneira piedosa é o contrário de viver segundo a impiedade (v.12b). É respeitar as leis de Deus e agir de maneira devota a Ele; viver em santidade. Vivemos de maneira piedosa quando praticamos as disciplinas espirituais: leitura da Palavra, oração, adoração, serviço, etc.

Ser cristão envolve devoção. Insisto. Ninguém é salvo porque diz que é salvo. Um cristão vive piedosamente em Cristo Jesus. Ao olharmos para o que Cristo fez por nós na cruz, o favor de Deus ao nos salvar, devemos ser impelidos à viver piedosamente.

Em quarto lugar, a graça de Deus nos ensina a vivermos na expectativa da volta de Cristo. A graça salvadora nos educa a vivermos numa esperança escatológica: a volta de Cristo. O futuro escatológico, especialmente relacionada a vinda do Senhor, deve moldar nosso estilo de vida no presente.

A graça salvadora nos leva a termos esperança na manifestação da glória. Glória de quem? “Do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Essa construção gramatical (no grego) indica que está se referindo a uma única pessoa (cf. Ef 1.3 [“o Deus e Pai”, referindo-se à primeira Pessoa da Trindade). Essa construção em Tt 3.13 deixa explícita a deidade de Cristo, como em 2Pd 1.1. Nós aguardamos Cristo, o Deus que se fez carne. Assim como sua glória foi vista neste mundo (Jo 1.14), será vista novamente em sua segunda vinda. Isso deve moldar nossa vida no presente. Essa esperança deve nos trazer conforto e edificação (1Ts 4.18; 5.11), vigilância (1Ts 5.6) e esperança (1Ts 5.8,9).

A graça de Deus se manifestou salvadora, mas também educadora, pois nos ensina a abandonar o mundanismo e a vivermos neste mundo de maneira sensata, justa, piedosa e na expectativa da volta de Cristo.

A terceira e última verdade acerca da graça de Deus é que esta graça que salva e ensina nos purifica de todo pecado (v. 14). A graça de Deus nos redime e purifica do pecado.

O texto declara, de modo claro, que Cristo se deu por nós para nos remir. A palavra remissão diz respeito ao preço do resgate que foi pago por Cristo. Éramos escravos do pecado, mas Cristo nos comprou com seu sangue. A graça de Deus nos purifica de todo pecado e nos resgata do pecado.

A graça de Deus nos purifica de todo pecado para sermos Dele. Não pertencemos a nós mesmos, mas pertencemos a Ele. Ele nos comprou para sermos dele. Nós não temos vontade própria, somos de Deus. Fomos remidos para sermos Dele.

Ainda, a graça de Deus nos purifica de todo pecado para sermos operosos. Nossas obras indicam quem somos. Se não somos de Deus, nossas obras “deduram” isso (1.16). Não fomos salvos pelas obras, mas para as obras (3.8,14). A graça que nos purifica do pecado nos capacita para as obras, para servir ao Senhor.

Você não pode se contentar em apenas ser salvo do inferno. Você deve ser operoso, zeloso de boas obras. Infelizmente, a realidade de muitos crentes é o descompromisso com o trabalho do Senhor. Percebe-se isso quando pedimos que dê o nome aqueles que gostariam de ajudar em algum ministério específico na igreja. Alguns nem cogitam, nem pensam na possibilidade de servir. Lamentável. Deus não te chamou para ficar ouvindo pregação, para ouvir musica na igreja, para sentar no banco da igreja vendo os outros trabalhando. Você foi chamado para servir.

A graça do Senhor é suficiente para nos conduzir a salvação, para nos ajudar a perseverar lutando contra o mundanismo e para nos purificar do pecado a fim de servirmos a Deus. É tudo pela graça de Deus.

Lembra de John Newton? Um traficante de escravos que foi alvo da graça de Deus e passou a servir a Deus? Um mês antes de morrer ele disse as seguintes palavras:

“É extraordinário morrer; e, quando a carne e o coração enfraquecem, ter Deus como a força de nosso coração e nossa porção para sempre. Sei em quem tenho crido, e Ele é capaz de manter aquilo com que me comprometi naquele grande dia. De agora em diante, está reservada para mim uma coroa de justiça, a qual o Senhor, reto Juiz, me dará naquele dia”.[3]

Lembra da musica que era entoada [solfejada] pelos escravos, quando não podia falar? Depois de convertido, John Newton escreveu um hino utilizando aquela melodia. O nome da música é Amazing Grace (sublime graça). Ela diz assim:

Sublime graça! Como é doce o som,
Que salvou um miserável como eu!
Uma vez eu estava perdido, mas agora fui encontrado,
Estava cego, mas agora eu vejo.

Foi a graça que ensinou meu coração a temer,
E a graça aliviou meus medos;
Como preciosa essa graça apareceu,
A hora em que eu acreditei!

Através de muitos perigos, labutas e armadilhas,
Eu cheguei;
É a graça que me trouxe em segurança até o momento,
E graça vai me levar para casa.

O Senhor prometeu bom para mim,
Sua palavra assegura a minha esperança;
Ele será meu escudo e porção será,
Enquanto a vida dura.

Sim, quando esta carne e coração se falhar,
E a vida mortal, cessará,
Eu devo possuir, dentro do véu,
Uma vida de alegria e paz.

A terra em breve se dissolverão como a neve,
O sol deixar de brilhar;
Mas Deus, que me chamou aqui em baixo,
Será para sempre meu.

John Newton, Olney Hymns (London: W. Oliver, 1779)

A graça do Senhor é suficiente para nos salvar, nos manter salvos e nos levar para o nosso Lar. Amém!




[1] Wikipedia.
[2] Vine NT.
[3] John Piper, Raízes da perseverança, p.46-47.

Sola Fide: A justificação pela fé


Até o presente momento, vimos dois pilares da Reforma Protestante: Sola Scriptura e Solus Christus. Na primeira, vimos que as Escrituras são suficientes porque nos conduzem a salvação em Cristo, porque é um livro sobrenatural (inspirado por Deus) e porque ela nos capacita para toda a boa obra. Na semana passada, falamos que Cristo é suficiente, pois, é o único Mediador, única Autoridade para nós e, ainda, o único Salvador.

Hoje queremos falar sobre o terceiro pilar da Reforma, o Sola Fide, somente a fé. Sola fide é também conhecida como a doutrina da justificação pela fé e somente pela fé. Tal ensino distingue igrejas protestantes da Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa e outras.

Após o acontecimento de 31 de outubro de 1517 (publicação das 95 teses), algumas confissões de fé luteranas e reformadas foram elaboradas, com o intuito de organizar o pensamento da Reforma Protestante. Daí surgiu as Cinco Solas.

A Igreja Católica respondeu à Reforma com a contra-reforma. No Concílio de Trento, em 13 de janeiro de 1547, o catolicismo respondeu sobre a doutrina da justificação pela fé. As principais afirmações foram: (1) que os pecadores são justificados pelo seu batismo, (2) que a justificação é pela fé em Cristo e pelas boas obras de uma pessoa, (3) que os pecadores não são justificados unicamente pela justiça imputada de Jesus Cristo, e (4) que uma pessoa pode perder sua posição de justificação. Todos esses pontos se fundem na seguinte declaração:

“Se alguém disser que o pecador é justificado somente pela fé, ou seja, que não é necessária nenhuma outra forma de cooperação para que ele obtenha a graça da justificação e que, em nenhum sentido, é necessário que ele faça a preparação e seja eliminado por um movimento de sua própria vontade: seja anátema” (Canon IX).

A Igreja Católica Romana claramente condenou a sola fide - não confessou que os pecadores são justificados somente pela fé. Enquanto nós, cremos na justificação pela fé.

Diante disso, vamos compreender o significado de justificação, sua necessidade, como podemos ser justificados e o aspecto prático da justificação.

O que significa justificação?

O que o AT fala sobre justificação? A palavra justificar, no hebraico (tsadác), significa absolver, fazer justiça, justificar, purificar; pronunciar que alguém é inocente; tratar alguém como se não fosse culpado. Vejamos um exemplo disso em Dt 25.1:

“Em havendo contenda entre alguns, e vierem a juízo, os juízes os julgarão, justificando ao justo e condenando ao culpado”.

Lembre-se que o livro de Deuteronômio significa “segunda lei”. É um livro da Lei que registra a repetição da lei de Deus ao povo de Israel. A lei do Senhor é um conjunto de mandamentos e preceitos. O mandamento aqui em Dt 25.1 é que ao haver contendas, brigas no meio do povo, que seja resolvido judicialmente, isto é, entre os juízes do povo. Aquele que for justo, isto é, inocente, deve ser justificado (declarado justo) e o culpado deve ser considerado culpado (o contrário de justificação).  Aqui você já percebe que a palavra justificação tem um significado forense, isto é, judiciário.

Outro exemplo em que a palavra justificação aparece no AT é no Salmo 143.2:

“Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não há justo nenhum vivente”.

Esse exemplo agora expressa a nossa relação com Deus e não com a justiça humana. A NVI traduziu este versículo da seguinte forma: "Mas não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de ti". A palavra justo aqui empregada por Davi poderia ser traduzida por inocente. Ninguém é inocente diante de Deus. Se Deus for nos julgar Ele irá nos condenar e não justificar, pois somos "injustificáveis". Ninguém é justo diante de Deus.

Em Pv 17.15 nos é dito que justificar (inocentar) o perverso é condenável ao SENHOR. Deus é Justo e quer/deseja que se faça justiça entre os homens. Muitas pessoas não acreditam mais na justiça de nosso país. Temos políticos corruptos e condenados por corrupção que, pelo visto, podem ser eleitos nas eleições do ano que vem. Se essas pessoas forem consideradas inocentes, mesmo diante de tantas provas, eles não passam pela justa balança de Deus. Nem os condenados nem os juízes que os inocenta. Deus os condena. Inocentar (justificar) o perverso é condenável ao SENHOR.

Outro exemplo da palavra justificação agora remete ao futuro do povo de Deus. Uma promessa de Deus que um Homem que iria justificar a muitos. Vejamos Isaías 53.11:

“Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si”

Temos uma promessa acerca da justificação por meio do Servo Sofredor de Deus. Aquele que levaria sobre Ele mesmo as iniquidades, os pecados de muitos sobre si. Obviamente, o texto se refere ao Senhor Jesus, o Messias. Como ele justificaria (declararia justas) as pessoas? Levando sobre si os nossos pecados.

Percebemos, por meio das passagens do AT, que a justificação é uma declaração jurídica de que alguém é justo ou inocente. Percebemos também que só pode ser justificado (declarado justo) aquele que realmente for justo. Mas, no entanto, algo diferente estava para acontecer. Seríamos declarados justos mesmo sendo pecadores. Por que? Jesus, o Justo, receberia a pena da condenação em nosso lugar, conforme lemos em Isaías. Assim, justificação é ser declarado justo por Deus (o Juiz), tendo crido que Jesus pagou a pena que era nossa, levando sobre si as nossas iniquidades. Só podemos ser considerados justos diante de Deus por causa do Servo Justo, Jesus.

A necessidade da justificação ficou clara no Salmo 143.2, quando diz que ninguém é justo diante de Deus. Assim, carecemos que Deus nos considere justos ou seremos condenados por Ele.

No NT, a palavra justificação também diz-se de alguém que foi pronunciado como justo ou declarado (judicialmente) justo por Deus. Assim, temos um exemplo que descreve a necessidade de justificação. Vejamos Lucas 7.29:

“Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João”

O texto diz que os pecadores (e até mesmo os publicanos) reconheceram a justiça de Deus, isto é, foram justificados por Ele. Como isso fica evidente? Por terem sido batizados com o batismo de João. Lembrem-se que o batismo de João Batista não era nos mesmos moldes do batismo da igreja. Trata-se de batismo de arrependimento, como sinal de arrependimento pelos pecados. Simbolizava uma purificação do coração. Os que se arrependeram foram batizados por João e, assim, foram justificados por Deus ("reconheceram a justiça de Deus"). Assim, o arrependimento (mudar o rumo) produz a justificação do crente.

Como podemos ser justificados?

Somos justificados por meio da fé em Cristo, somente
“sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado.”  (Gálatas 2:16)

Devo leiamos novamente o que diz o catolicismo sobre o assunto:

“Se alguém disser que o pecador é justificado somente pela fé, ou seja, que não é necessária nenhuma outra forma de cooperação para que ele obtenha a graça da justificação e que, em nenhum sentido, é necessário que ele faça a preparação e seja eliminado por um movimento de sua própria vontade: seja anátema” (Canon IX).

Tudo que precisamos é de fé em Cristo. Vejamos outro exemplo em Gl 3.11:

“E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” (Gálatas 3:11)

Paulo cita Habacuque 2.4, mostrando que a fé é suficiente para viver, isto é, ser salvo. Lembremos que foi isso que chamou a atenção de Lutero (cf. Rm 1.17). Diante da prática romana de estabelecer penitencias, rezas, negociar indulgências e perdão dos pecados, o monge viu que precisava apenas crer.

Ás vezes a fé não nos parece algo muito prático. Parece algo abstrato. O que precisamos para sermos justificados diante de Deus, sermos declarados justos por Ele? Apenas fé, crença! Isso não nos parece, as vezes, muito confiável. “Eu só preciso crer?”, questiona alguém. “Tem que ter algo a mais para ser feito”.

Era justamente isso que Paulo estava combatendo ao escrever a epístola aos gálatas. Havia-se infiltrado nas igrejas da Galácia a ideia de que Cristo salva, mas, não era suficiente. Precisava-se de algo mais: obediência a lei, guardar o sábado, circuncisão, cerimônias judaicas, etc. Paulo diz: “A fé é suficiente pois o homem é justificado pela fé, somente” e quem busca ser justificado por meio da lei se separa de Cristo e da Sua graça (cf. Gl 5.4).

Charles Finney (pai do movimento pentecostal) criticou a ideia de que uma vez justificado sempre justificado. Ele acreditava que o crente tinha que manter-se em santificação para continuar justificado. Ora, o que é isso se não for crença em salvação por obras? Para eu continuar salvo tenho que fazer por onde? Isso foge da graça.

Vejamos outro exemplo em Rm 4.2-5:

2 Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus.  3  Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.  4  Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida.  5  Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça” (Romanos 4:2-5 )

Se a justificação fosse meramente por obras, teríamos motivos de se gloriar diante das pessoas (Abraão foi justificado pela fé). Pois quem trabalha é merecedor de receber o salário. O salário é uma dívida. Deus não tem dívida conosco. Mas, os que não trabalham para receber a justificação mas, apenas, crer, são justificados. A justificação é pela graça (cf. Tt 3.7).

A justificação tem um aspecto prático

Tiago nos mostra o outro lado da moeda. A fé tem um aspecto prático. A fé não é algo meramente abstrato, ela se manifesta nas obras. Vejamos:

“Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?” (Tg 2.21)

O que Tiago diz aqui não contradiz o ensino de Paulo sobre a justificação pela fé em Abraão. Ele fala do outro lado da moeda. Como sabemos que Abraão foi justificado? Que evidência temos de que ele creu em Deus? Ele ofereceu seu filho em fé. Abraão não apenas disse "eu creio no SENHOR", mas, como demonstração da sua fé, Abraão ofereceu Isaque ao SENHOR.

Um exemplo disso é quando alguém diz que crê em Jesus mas rouba, fofoca, fala palavrão, se veste de modo indecente, anda com más companhias, é um péssimo aluno na escola, não respeita as autoridades, não vive como um cristão... Você olha para essa pessoa e diz que ela é crente só porque ela diz? Não! As obras demonstram se essa pessoa foi justificada por Deus.

Assim, a justificação tem o seu aspecto prático. Temos que viver como pessoas justas diante dos homens.

Como você tem demonstrado que foi justificado pelo Senhor? As pessoas olha para você e glorificam a Deus? Nós cantamos: “Que os outros vendo-me glorifiquem a Ti, Santo Deus”, mas você está imerso em pecado e age como se não fosse um cristão justificado diante dos outros. Aqui na igreja você é de um jeito e lá fora é de outro. Viva conforme a justiça que Cristo atribuiu a você, se você é um cristão.

Gratidão por Cristo morrer por nós, o justo pelos injustos, para imputar Sua justiça aos que creem em seu nome.


Você que não é cristão. A Bíblia diz que você já está condenado, caso não creia em Cristo. Entregue-se ao Senhor hoje mesmo e Ele te justificará.

Solus Christus: A singularidade de Cristo



O mundo tem experimentado um grande crescimento numérico de adeptos à religiões. Estudiosos dizem que são criadas cinco novas religiões por dia. O Cristianismo ainda é a maior religião do mundo (2,1 bilhões), seguido pelo Islamismo (1,2 bilhões), hinduísmo (900 milhões), budismo (330 milhões), e outras religiões orientais e indígenas. Muitas das religiões são chamadas de inclusivistas, isto é, simpática em relação às demais religiões, entendendo que todas as religiões tem pontos em comum e que, portanto, nenhuma é superior a outra.

Perceba como funciona o inclusivismo. Há inúmeras religiões no mundo e, assim, inúmeros deuses e, certamente, mediadores entre as pessoas e esses deuses. Diante disso, o inclusivismo diz que não há uma religião correta, mas todas são corretas. Nenhuma é superior a outra. Assim, temos vários deuses e mediadores nas diversas religiões e todas estão corretas, segundo o pensamento inclusivista. Num mundo de pluralidade não há uma única verdade, mas, verdades (relativismo).

O Cristianismo é diferente de todas as demais religiões no mundo, pois é uma religião exclusivista, ou seja, afirma que é a única correta. Uma das verdades que faz do Cristianismo como uma religião única é a afirmação das Escrituras de que Cristo é único e superior a qualquer um, sejam divindades, sacerdotes, religiões. Cristo é Único.

Dessa forma, hoje queremos falar sobre uma segunda doutrina fundamental da Reforma Protestante que resume bem o Cristianismo, o Solus Christus (somente Cristo).

Como explicitado no último domingo, a Reforma surgiu como uma reação (especialmente) de Martinho Lutero contra a Igreja Católica. Vimos que o catolicismo nega o sola scriptura (somente a Escritura) ao colocá-la em pé de igualdade com a Tradição e o Magistério da Igreja. Vimos que as Escrituras são suficientes pois nos mostram a salvação em Cristo, por serem inspiradas por Deus e único meio de sermos aperfeiçoados para toda a boa obra.

O segundo ponto da reforma a singularidade de Cristo. Cristo é único. É suficiente. Lembremos que Lutero ficou chocado e irado ao perceber o esquema pecaminoso no qual a Igreja se meteu. Venda de indulgências por parte da Igreja, objetivando receber perdão dos pecados, penitências para ter os pecados cometidos perdoados, peregrinações (romarias) para buscar a salvação... Tudo isso entristeceu o monge agostiniano. Ao entender que a fé em Cristo é suficiente para a salvação [solus Christus], Lutero contrariou a Igreja.

Assim, Cristo é suficiente. Cristo somente. Essa é a mensagem das Escrituras. E não precisamos de mais nada, a não ser de Cristo somente e somente Cristo.

Há vários textos que mostra a singularidade de Cristo. O primeiro exemplo que pretendemos destacar nessa noite está em 1Tm 2.5, onde mostra que Cristo é o único Mediador.

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”  (1 Timóteo 2:5).

Repare que o texto está falando de um dos ofícios de Cristo, o de Sacerdote (além deste, Cristo é Rei e Profeta). A palavra mediador indica o ofício sacerdotal, um intermediário entre duas partes, i.e., Deus e Seu povo. Repare também que o assunto de Paulo a partir do verso 1 é a oração em favor de todos os homens. Ele exorta que oremos por todos os homens, no verso 2 ele especifica esses homens: reis e demais autoridades. O propósito da oração (v.2): "para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito".

Devemos orar por todos os homens porque isso agrada a Deus (v.3) e Ele quer salvar tais homens (v.4). Aí vem o verso 5: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador". Deus manda que oremos e indica que nossas orações são ouvidas por Ele pois há um Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus.

Outro detalhe importante é a humanidade de Cristo. Ele é o único mediador e só o pode ser porque Ele é homem, como nós. Embora seja Deus, ele também é homem, o Verbo que se fez carne (Jo 1.1). A importância de Cristo como um Sacerdote humano é descrito em Hb 4.14-16. Ele tem competência para nos assistir diante de Deus, pois Ele sentiu na pele as dificuldades que passamos. Assim, tendo Cristo como o único Mediador, podemos orar e sermos ouvidos por Deus.

Você já ouviu falar do crente “cês ora”? É aquele que, ao estar diante de um pastor ou diácono, ou um irmão mais experiente em vida cristã ou “mais espiritual”, diz: “fulanos, ‘cês ora’ por mim?”, achando que a oração dos outros é mais poderosa ou é mais fácil de chegar a Deus. As vezes o “pastor, ore por mim” pode ser uma expressão de confiança de um irmão na oração do pastor, como se a oração dele fosse diferente. Nós temos um Mediador, todos os crentes têm esse Mediador que intercede por nós ao Pai.

Dessa forma, irmãos, precisamos orar a Deus por nós. Confessar nossos pecados a Deus. nossas orações são ouvidas por Ele pois temos um sacerdote que tem total acesso ao Trono da Graça. Quando você passa por dificuldades, ORE! Quando estiver arrependido, ORE! Quando você não sabe o que fazer, ORE! Enquanto alguns confiam em sacerdotes humanos para lhes ouvir, temos a Cristo, que está a destra do Pai no Trono da Graça. Deus nos ouve por causa de Cristo, nosso Sumo Sacerdote. Cristo é o único Mediador.

Outro exemplo acerca da singularidade de Cristo está em At 4.12, em que Cristo é descrito como o único Salvador.

“E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:12).

Você deve lembrar do episódio narrado no capítulo 3. O cap 3 narra que havia um homem coxo de nascença que todos os dias ficava na porta do templo de Jerusalém pedindo esmolas. Esse homem viu Pedro e João adentrar no templo e lhes pediu esmolas. Mas Pedro falou aquele homem que não tinha nada de material para dar aquele homem, mas deu a cura àquele homem em nome de Jesus.

O texto diz que de “um salto o homem ficou de pé” e ficava saltando e louvando a Deus. Esse fato chamou a atenção de muita gente. Muitos conheciam aquele homem que pedia esmolas na porta do templo. Várias gentes chegaram-se a Pedro e João.

Pedro, então, ao ver que as pessoas estavam admiradas pelo milagre da cura do coxo, explicou para os judeus o que havia acontecido (3:12ss). Pedro lhes diz que aquela obra fora de Deus, por meio de Jesus, o qual fora morto por eles. Pedro também prega o evangelho para aquelas pessoas, pois o papel dos apóstolos era testemunhar de Cristo e eles faziam por meio de sinais e prodígios miraculosos para testificar a sua mensagem.

Enquanto Pedro ainda pregava para as pessoas, chegaram algumas autoridades do povo: os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus. Pois estavam ressentidos de ensinarem sobre a ressurreição dos mortos em Jesus (4:1-2). Eles queriam impedir aquela pregação!

Pedro e João foram presos e encarcerados. Mas muitos aceitaram e receberam a palavra do evangelho (4:3-4). No outro dia, depois destes acontecimentos, várias autoridades se reuniram para interrogar Pedro e João. Eles questionaram em nome de quem eles fizeram aquela cura. Pedro mais uma vez aproveita a oportunidade para falar de Jesus e mostrar que foi em nome Dele que aquele coxo foi curado (4:5-12). E este Jesus, a quem eles rejeitaram (v.11), é o único em que há salvação (v.12). Não existe nenhum outro nome no mundo capaz de dar salvação a não ser Cristo.

Isso é importante porque a Igreja Romana tem asseverado que a salvação está naquela igreja. O papa Gregório VII, ao falar sobre o nome "Papa", disse: "Este nome é único no mundo". Veja a que ponto chegaram! Só Cristo tem nome único no mundo. Só Ele é capaz de salvar. Outro papa, Bonifácio VIII, disse: “Declaramos, estabelecemos, definimos e pronunciamos que, para a salvação, é necessário que toda criatura humana esteja sujeita ao Pontífice Romano”. Para ser salvo, apenas precisamos de Cristo. Se estivermos em Cristo, estamos no verdadeiro (1Jo 5.20). Cristo e, somente Cristo é suficiente para a salvação (cf. Gl 3.1,2 [receber o Espírito=salvação]).

Outro ponto em que Cristo é único está na autoridade. Cristo é o único que detém toda a autoridade (Mt 28.18).

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”  (Mateus 28:18).

Por ter autoridade ele manda (vv.19ss [“Ide...fazei discípulos”]). Por ser autoridade Ele é o dono da Igreja (Mt 16.18 [“estabelecerei a minha igreja”]). Por ser autoridade Ele é o cabeça da igreja (Ef 4.15). Por ser autoridade, só a Ele nos submetemos em tudo.

O Concílio Vaticano II, na Lumen gentium, afirma que o Papa, "em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, tem nela pleno, supremo e universal poder que pode sempre exercer livremente" (n. 22). Isso é um absurdo!

Irmãos, Cristo é nosso Senhor. Ele detém toda a autoridade. Se Ele é nosso Senhor devemos obedecê-lo. “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos mando?” Infelizmente, muitos crentes têm sido negligentes com a Palavra de Cristo, deixando de obedecê-la. Crentes mentirosos, fofoqueiros, adúlteros, briguentos, glutões, sedentos por riquezas, desobedientes aos pais, irresponsáveis com dinheiro, preguiçosos, irascíveis ao extremo, bocas sujas... Tudo isso reflete crentes que são insubmissos à autoridade de Cristo.


Cristo é único. Só Ele é Mediador, só Ele é Salvador, só Ele é detém toda Autoridade. Apeguemo-nos apenas a Ele e, somente a Ele.

Sola Scriptura: A Bíblia é Suficiente

14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15  e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16  Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17  a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. (2 Timóteo 3.14-17)



Uma doutrina que nós batistas sustentamos é a doutrina da Suficiência das Escrituras. Com isto afirmamos, com base na própria Escritura, que a Bíblia é suficiente para nos conduzir a um relacionamento com Deus em fé, bem como, o nosso relacionamento com o próximo. Em 2 Pedro 1:3, temos: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude”. O que precisamos saber para conhecer a Deus, sua vontade, a Cristo, sua obra, como viver nesse mundo, encontramos nas Escrituras.

Essa é uma doutrina que nos diferencia em muito do catolicismo romano. Num blog católico se faz uma crítica aos protestantes por defenderem a doutrina sola scriptura. Veja o que é dito:

“Ao contrário dos protestantes, é fundamental para os católicos situar a Sagrada Escritura na realidade eclesial, em sua correlação com a Tradição e o Magistério perene da Igreja: para nós, não é possível falar de Bíblia sem a Igreja. Daí a origem do que professamos no Credo: “Creio (…) na Santa Igreja Católica“. A Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério são “extensões” da Palavra viva de Deus, que é Jesus Cristo (Jo 1,1).”[1]

Para a Igreja Católica, a Bíblia não é a única autoridade, mas o é juntamente com sua Tradição e o Magistério. Foi isso que originou o que ficou conhecido como sola scriptura, uma das cinco doutrinas (solas) que resumem a Reforma Protestante, que aconteceu há 500 anos, na Alemanha.

A Reforma Protestante (de onde veio a expressão protestantes para designar os não-católicos) foi um movimento reformista cristão contrário a diversos pontos da doutrina Católica Romana. A ideia inicial era a de reformar o catolicismo, não sair dele. No entanto, sair dele foi inevitável.

Em 31 de outubro de 1517, segundo alguns historiadores, Martinho Lutero, monge católico, afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg as famosas 95 testes. A Igreja Católica ameaçou Martinho Lutero com a excomunhão (e morte) se ele não se retratasse formalmente. A resposta de Martinho Lutero foi: 

“Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; que Deus me ajude. Amém."

Como resultado da Reforma, houve uma divisão da chamada Igreja do Ocidente entre católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o protestantismo.

A consciência de Lutero era cativa à Palavra de Deus. Sua autoridade era a Bíblia e não as falsas doutrinas que eram (e ainda são) ensinadas pelo romanismo. O Sola Scriptura tornou-se, então, um dos pilares da Reforma. As igrejas protestantes têm como autoridade, regra de fé e prática, as Escrituras Somente. A Bíblia é suficiente!

Mas o que a Bíblia tem a dizer sobre a sua suficiência? Em que sentido ela é suficiente? Vejamos três verdades sobre a suficiência da Escritura.

A primeira verdade é que somente a Bíblia nos apresenta a salvação em Cristo (14-15). Somente as Escrituras podem nos fazer sábios para a salvação pela fé em Cristo. Isso fica muito claro no verso 15, mas examinemos o que diz o verso 14.

Paulo manda que Timóteo permaneça naquilo que aprendeu e foi inteirado. Mas ele inicia o verso com um sonoro TU, PORÉM. Expressão essa utilizada várias vezes pelo apóstolo nas epístolas pastorais. Sabe-se que o pastor Timóteo estava enfrentando problemas no ministério em Éfeso. Ao que parece, havia problemas relacionados à perseguição e falsos crentes na igreja. Tudo isso deixava Timóteo desanimado. No início do capítulo 3 Paulo adverte a Timóteo que nos últimos dias (que eles já viviam) os tempos seriam difíceis por causa da corrupção humana. No verso 10 ele diz: “TU PORÉM, tens perseverado.” No verso 13 Paulo volta a falar dos homens perversos: “Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”. “Olha Timóteo, os homens irão piorar em suas maldades, mas, TU PORÉM (v. 14), permaneça naquilo que aprendeste e foste inteirado. Timóteo deveria se apegar a Palavra mesmo em tempos difíceis de apostasia da fé, de revolta contra Deus.

Notemos a expressão foste inteirado(sentir confiança, ser convencido). Uma expressão no português que reflete bem o que Paulo está dizendo é fidelizar, i.e., “tornar (um cliente) fiel a um produto, marca, serviço etc”. A ideia básica é que Timóteo foi “fidelizado” por Paulo, tornando-se fiel ao que ele (o apóstolo) propôs. Timóteo foi feito fiel por Paulo, ao ensiná-lo a Palavra.

Outro ponto a ser notado é que somente Paulo (e os demais escritores da Bíblia) poderia dizer: "permaneça naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste" (2Tm 3.14). Ora, o particípio causal utilizado aqui (sabendo = porque, visto que) visa estabelecer a razão, o motivo para se fazer o verbo da ação (permanecer). Assim, Timóteo deveria permanecer no ensino paulino por causa da autoridade do apóstolo (de quem o aprendeste/foste inteirado). Ao meu ver há aqui (ao menos) um claro indício de que Paulo tinha em mente, ao falar de Escritura em 2Tm 3.14-17, não somente o AT, mas também o ensino apostólico, i.e., o NT. Timóteo deveria permanecer na Palavra apostólica. Por que? Porque ela nos apresenta a salvação em Cristo (v.15).

Que desde a infância. O dever dos pais judeus era ensinar a lei aos filhos a partir dos cinco anos de idade. Timóteo fora instruído na fé por sua mãe (Eunice), que por sua vez foi instruída pela avó de Timóteo (Loide). Timóteo sabia desde a sua infância as sagradas letras, isto é, as Escrituras. Paulo o orienta a permanecer nela, pois é o livro que nos conduz a Cristo.

Na época da Reforma de Lutero, havia a venda de indulgências por parte da Igreja Romana. A igreja se aproveitava dos fiéis, vendendo supostas "relíquias" (madeira da cruz de Cristo, por exemplo), ou cobrando pagamentos e doações para a Igreja, com o fim de terem, por exemplo, seus pecados perdoados. Lutero foi contra isso. A Bíblia também.

Mas, ainda hoje há uma venda de salvação, de libertação e de curas em igrejas ditas evangélicas. Paulo nos mostra que a Escritura é suficiente para nos apresentar a salvação em Cristo. A fé vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10.17). Nosso evangelismo deve ser a apresentação da Palavra para os homens e não apenas contar histórias.

A palavra é suficiente para nos tornar sábios para a salvação pela fé em Cristo. Foi o que aconteceu com Lutero. Mesmo tanto tempo na Igreja, como um monge católico, ao ler Romanos 1.17, “o justo viverá pela fé”, se entregou ao Senhor Jesus de verdade, pois a fé vem por meio da Palavra.

A segunda verdade que precisamos saber sobre a suficiência das Escrituras é que somente a Bíblia é inspirada por Deus (16a). A Bíblia é o livro de Deus, não de homens.

Agora, precisamos entender que Escritura é essa a que Paulo se refere. Comumente se ouve que Paulo está se referindo ao AT, uma vez que o NT ainda estava sendo desenvolvido. Como apontei no verso 14, ele já tinha em mente até o que ele transmitiu a Timóteo (“sabendo de quem o aprendeste”). Ele não se referia apenas ao AT, mas também ao NT (cf. 1Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7, onde Paulo chama citações do AT e do NT de Escritura, isto é, Palavra de Deus).

Assim, toda a Bíblia é inspirada por Deus. Há uma tradução errada desse texto que diz: “toda escritura inspirada é proveitosa” (ARC, ASV e NEB). Isso gera um problema, pois, deixa a impressão de que nem toda a Bíblia é inspirada, mas que há uma parte inspirada e outra não. Cremos que a Bíblia toda é inspirada por Deus.

Com inspiração queremos dizer que esse “foi o ato milagroso de Deus através do qual Ele moveu os escritores da Bíblia para que escrevessem aquilo que Deus queria que fosse escrito, sem cometer erro naquilo que escrevessem”. Não é um livro de homens ou de particular elucidação, mas é o livro de Deus, inspirado por Deus.

Ora, se Deus detém toda a autoridade do universo, o que ele fala também tem autoridade. Assim, a Sua palavra é autoridade para nossas vidas porque reflete o caráter de Deus.

A terceira verdade sobre a suficiência das Escrituras é que somente as Escrituras nos habilita para toda a boa obra (16b-17).

No verso 16 temos dois pontos subordinados a “Toda a Escritura”. Toda Escritura é o que? Primeiro, ela é inspirada por Deus. Segundo ela é útil. Útil para que? As respostas refletem todas as áreas de nossa vida (ensino, repreensão, correção, educação na justiça). O verso 17 resume tudo, afirmando que a utilidade das Escrituras têm a finalidade de nos tornar habilitados, capacitados, aperfeiçoados, para toda a boa obra.

O que isso significa? Significa, por exemplo, que a Escritura é suficiente para o aconselhamento cristão. Não nego a importância de psicólogos ou psiquiatras, como não nego a importância de tomar remédios. Mas só a Bíblia (só Deus) conhece e sabe tratar da alma, de como devemos proceder em meio ao sofrimento, de como lidar com a perda, de como lidar com meus sentimentos, etc.

Só ela nos habilita para toda a boa obra, também, significa que ela é suficiente para o nosso andar diário. Ela nos mostra como servir a Deus. Ela nos mostra como proceder neste mundo caído. Ela é o nosso código de conduta, cujo legislador não é brasileiro, ou seja, é um livro todo justo. Ela nos aperfeiçoa para vivemos de modo a agradar a Deus.

Veja, a regra é a Bíblia! Temos que ter o cuidado para não fazer como outras religiões fizeram, colocando tradições humanas, regras humanas, e afirma-las como se fossem de Deus. Só a Palavra têm autoridade e é suficiente para nos guiar e nos habilitar para toda a boa obra.

Só a Bíblia têm todas as respostas que precisamos saber. Mas, sabe porque não sabemos muitas delas? Porque não fazemos o que Paulo manda no verso 14: “permanece”. Como podemos permanecer na Palavra? Subindo em cima dela? Não! Lendo, ouvindo, meditando na Palavra. Se a Bíblia é suficiente, devemos segui-la. Nossas opiniões são boas, as vezes, mas só a Lei do Senhor é perfeita.

A Bíblia é suficiente porque somente ela nos apresenta a salvação em Cristo, somente ela é inspirada por Deus e somente ela nos habilita para toda a boa obra. Que você seja apegado a este livro como o salmista, que disse: “Quanto amo a tua lei, é a minha meditação todo o dia”. Amém!





[1] https://catolicismopuroesimples.wordpress.com/2015/07/07/a-legitimidade-da-sola-scriptura/