Romanos 11:33-36
33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
No AT Deus
fez uma promessa a Abrão. Deus fez com ele uma aliança e prometeu abençoa-lo,
dando uma descendência numerosa (fazendo dele uma grande nação incontável),
mudou seu nome para Abraão e lhe prometeu uma terra. Seu filho Isaque foi
herdeiro de tal promessa. Jacó, seu filho, teve doze filhos. Aqui a promessa
feita a Abraão começava a ficar ainda mais clara pois os doze filhos se
tornaram um grande povo. No Egito, após Deus usar José para preservar a vida
dos seus irmãos, o povo cresce e causa preocupação aos egípcios.
O povo de Israel
foi escravizado no Egito, pois o rei tinha medo que os hebreus se rebelassem e
tomassem o Egito. Faraó mandou matar os recém nascidos do sexo masculino com o
fim de acabar com o crescimento do povo, mas Deus lhes dá o crescimento. Deus
concede a este povo a libertação do cativeiro egípcio por meio de Moisés. Este
conduz o povo a terra que Deus prometera a Abraão. O povo desobedece a Deus e
sofre suas consequências no deserto. O povo chega na terra prometida, usufrui
das promessas de Deus, mas ainda em desobediência. Deus o entrega a outros
povos (exílios assírio e babilônico).
Deus faz
promessas de um Messias que viria para restaurar a nação de Israel. No entanto,
a Bíblia diz que Ele veio para eles (os judeus), mas eles não o receberam (Jo
1.11,12). Por que a nação que Deus escolheu o rejeitou? O apóstolo Paulo trata
sobre isso nos capítulos 9-11.
Embora Deus
tenha escolhido Israel para ser o Seu povo, isso não significa que todos os judeus
são salvos. Não é verdade que todo o Israel tem sua salvação garantida só pelo
fato de serem descendentes de Abraão. O apóstolo Paulo nos mostra nos primeiros
capítulos de Romanos que TODOS, tanto judeus como gentios, são pecadores
(3.23).
No cap. 9, Paulo mostra as razões da
incredulidade dos judeus, o por que de terem rejeitado a Cristo.
Apesar de Israel
ser o povo escolhido por Deus no AT, não significa que todo o Israel (cada
israelita) é salvo (3-6). Por que eles rejeitaram a Nova Aliança? Deus não
prometeu que eles seriam salvos? Paulo explica que nem todos eles são, de fato,
herdeiros de Abraão, mas aqueles que creem nas promessas (judeus e gentios). A
salvação nunca foi um direito de nascimento baseado na descendência biológica,
mas pela graça soberana de Deus (Deus escolheu Jacó, por exemplo, com base em
sua soberana vontade, vv.11-13).
A eleição e
rejeição de Deus é justa (v.14-18). Assim como endurece o coração ou usa de
misericórdia com quem ele quer (17-18). Os judeus buscavam a salvação por meio
da lei, transformaram a salvação num prêmio que pode ser conseguido por meio
das obras. Eles rejeitaram a Cristo, com isso. Já os gentios, que não buscavam
a salvação, alcançaram apenas por fé (30-33). Paulo mostra que vivemos, desde a
morte de Cristo, numa nova dispensação, numa nova era: a era da igreja.
No capítulo 10 temos a oração de Paulo
(v.1). Ele ora pela salvação dos judeus pois eles têm zelo por Deus (v.2, como os fariseus tinham). Eles procuravam
estabelecer sua própria justiça, isto é, ser justificados pelas obras da lei, à
parte de Cristo. A justiça de Deus se alcança por meio da fé somente (9,10) e
essa fé vem por meio da pregação (17). Assim, os judeus precisam ser
evangelizados como quaisquer outros descrentes.
Israel é
indesculpável por rejeitar ao Senhor, mesmo que o endurecimento deles fizesse
parte do plano de Deus. Por que são indesculpáveis? A revelação natural
testifica de Deus (18,19); Moisés já havia advertido o povo (19); Isaías
profetizou sobre a plenitude dos gentios [era da igreja] (20); Israel sempre
demonstrou rebeldia (21).
O capítulo 11 nos mostra que, apesar do
endurecimento do coração dos judeus, Deus tem um plano futuro para Israel.
Paulo utiliza alguns exemplos para mostrar que Deus ainda tem planos para com
Israel:
1.
O próprio Paulo (1)
2.
Elias e os sete mil que não se dobraram à Baal
(2-6). Deus tem, hoje, um remanescente de Israel que crê nEle e no Messias.
[detalhe “a quem de antemão conheceu”,v.2 | a eleição de Deus garante a
salvação do remanescente fiel, 8.28,29].
3.
Isaías: O endurecimento fazia parte do plano de
Deus (7-8).
4.
Davi falou sobre o endurecimento de Israel
(9-10).
A rejeição de
Israel fazia parte do plano de Deus, pois, através disso, veio a salvação aos
gentios (11). O endurecimento de Israel está servindo ao
propósito de Deus.
Paulo utiliza uma ilustração para falar da rejeição de Israel – plenitude dos gentios – restauração de Israel:
vv. 17-23:
“ramos naturais quebrados” [judeus e sua rejeição] – “ramos de oliveira brava
enxertados” [gentios] – “ramos naturais” enxertados de volta [restauração de
Israel no futuro, reino milenar].
Deus não rejeitou
Israel para sempre, embora seja inimigo do evangelho (27-29). Entretanto, Deus
os elegeu e sua decisão é irrevogável (29). Deus dá como certa a salvação do
remanescente fiel de Israel.
Assim como nós
fomos alvos da misericórdia de Deus, sendo nós desobedientes, Israel receberá
misericórdia de Deus mesmo sendo desobedientes (30-32). A salvação sempre foi
pela graça, seja para judeus ou para gentios.
Os versos 33-36 nos
mostra que Deus deve ser louvado por suas maravilhas, por seus designios, por
suas decisões, sua sabedoria, sua soberania.
Por que estou lhes
apresentando tanta informação? É isso o que o apóstolo Paulo faz aqui. Ele
argumenta que todos são pecadores, que somos salvos por meio da fé; que o
crente não tem mais condenação; que nada pode nos separar do amor de Deus; que
ele nos salvou por meio da graça soberana. Ao reconhecer que a nossa salvação
vem de Deus e não de nós mesmos, que Ele nos garante a salvação e não a
perdemos, qual deve ser a nossa reação? Louvar a Deus. Por que? Porque só a
Deus deve ser dada toda a glória, tendo em vista que nada, ABSOLUTAMENTE NADA
fez com que Ele se importasse conosco, a não ser o Seu amor. Nada, ABSOLUTAMENTE
NADA fez com que Ele tomasse Suas decisões eternas em nosso favor. Tudo o que
Deus faz é para a sua glória. É dele, por
meio dele e para Ele. Deus se importa mais com Sua glória.
Deus salva para a
Sua glória, Deus condena para a Sua glória. Nenhuma atuação externa “mexeu” no
coração de Deus para que Ele salvasse ou condenasse alguém. Ele nos salva por
sua soberania, porque os seus desígnios são absolutamente ricos em sabedoria.
Tudo isso é motivo de sobra para reconhecermos que a glória deve ser dada apenas
a Deus.
Deus nos criou para
a Sua glória (Is 43.6-7; 1Co 10.31). “Deus nos cria para
Sua glória, ou seja, para magnificar, revelar e exibir a sua grandeza, e,
então, Ele nos diz para vivermos dessa forma, vivermos de modo que a grandeza
de Deus seja exibida” (John Piper).
Foi tudo feito por Deus. Tudo foi feito por meio de Deus. Tudo foi
feito para Deus. Irmãos, não se trata de mim e de você, mas de Deus. Ele nos
criou para Ele. Em tudo devemos glorificá-lo, exaltá-lo. Por isso, tenho que
deixar claro que em todas as circunstâncias da vida Deus deve ser considerado.
Tudo o que vou fazer Deus tem de vir a minha mente. “Senhor, isso te alegra?”
Não estamos vivendo nossa história, mas a história de Deus. Portanto, tudo deve
ser para Ele. Amém!
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